O poema de dois
há palavras que não têm silabas
são passeios que desconhecem os rostos
estradas sem principio
vestidos sem tecido
cabelos com um vento ausente
momentos sem ausência
e há sentimentos que sem se perceberem existem
e há um mar que se faz adentro, com a capacidade de se abraçar em barcos
e há o eu que te sonha por tardes sem fim
e há um ramo que me segura a ti e a mim
seguremos esse ramo e o infinito é o tempo que nos basta.
somos um rio sem margens
um fio de navalha com cortes incompletos
somos ondas fugidas de sal
espuma a preto e branco
somos calma solene de conchas em gritos
somos a palma de mãos que se encontram
futuros desejados que acontecem
somos nós
isso bastará.
ao sonho que escrevo contigo.
há uma luz que me ilumina
ResponderEliminarclaridade em passeios tão escuros
alma ferida de dor tão temida
sabedoria,vida
há um luar a dois
com uma distância definida
corpos, lençóis, perfumes
sabedoria, vida
há um sentimento
perdido no encanto de ruelas e ilusões
há uma arte erguida
feita de paisagens outrora enaltecidas
há duas mãos estendidas
que procuram somente ser vividas...
R.