O retorno eterno



As palavras são de novo uma essência que não quero abandonar. Todo eu sou um romance ambulante. A ausência de um verbo transcende a hipoteca de um adjectivo que me classifica. Renasço de um maravilhoso conjunto de textos que me relembram que se pode escrever tão bem na língua portuguesa.
Subo agora o degrau de um conhecimento que adquiri em Dostoievski. Outro maior ainda com Saramago. Saltando como quem anda, por Sartre e Herberto Hélder. Revivo novamente os que me ensinaram a ser e a entender o ser.
Estou quase no cimo de qualquer lugar. Crente como um amante sem cor. Um falso pensador que sabe o seu propósito.
Eu sou um escritor. Quero ser um escritor e tomarei o meu lugar à mesa de quem a fez. Construirei o meu livro imaginário, sem hora, sem tempo.
Julgarei o tempo que resta como o que nunca terminará e serei o que sempre fui: a palavra.

Quem o livro abrir, saberá do que explico. Um regresso é tremendo quando nunca surge. Eu quero ser tremendo como um poema. Falarei com a velocidade do pensamento e todas as palavras voarão pela brevidade que me detém.

“Nunca deixes de escrever.”
Gonçalo Tomé



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